sexta-feira, 23 de abril de 2010

TAMANHO DO PÊNIS (ANTROPOMETRIA PENIANA)

Uma das preocupações principais dos homens é com relação ao tamanho de seu pênis.

No desespero de ter um pênis grande, mesmo que o tamanho seja considerado normal, os homens se submetem a alongamento com aparatos e cirurgias inadequadas, ainda sem comprovação científica de sua eficácia.

Geralmente os resultados estéticos e funcionais são desastrosos e causam um sentimento muito grande de frustração. Depois continuam se consultando com médicos para tentar reparar o estrago feito. Frequentemente, o Prof. Sidney é procurado por pacientes nessas circunstâncias.

“Esta verdadeira mania provavelmente deve-se a que o pênis sempre foi um sinal de poder e quanto maior o seu tamanho maior o poder.

Esta percepção de que o pênis é menor do que se gostaria, na maioria das vezes não tem nada a ver com a função sexual. Muitos destes homens queixam-se de que o órgão é pequeno quando flácido, principalmente quando comparam com o de outros homens, em vestiários, saunas, etc. E a maioria deles tem ereção normal.

Já na infância os pais muitas vezes induzem o menino a ter o ‘trauma’ do ‘pênis pequeno’. A comparação com os genitais do priminho ou do irmãozinho criam na criança essa noção. Na grande maioria das vezes o menino com o pênis menor é gordinho e seu abdome ou a gordura pré-púbica avança sobre a haste peniana, que quase sempre é normal. É importante lembrar o desastre que pode ser para o futuro homem se sua mãe, a primeira figura feminina de importância, considerar seu pênis pequeno.” (1)

“A maioria dos estudos sugere que muitos homens que se queixam de um pênis pequeno, de fato possuem a genitália com tamanho normal. Alguns deles simplesmente estão mal informados, porém outros sofrem do que é conhecido como dismorfofobia peniana. A dismorfofobia peniana é um aspecto da desordem dismórfica corporal que é definida pelo DSM-IV-TR (2000) (um guia para os profissionais de saúde mental) como uma condição marcada pela preocupação excessiva com um defeito menor ou imaginário no rosto ou em alguma parte do corpo, que se diferencia da anorexia e da bulimia nervosa, onde os pacientes estão preocupados com seu peso e a forma corporal. Os critérios diagnósticos especificam que a condição precisa ser suficientemente severa para causar um declínio na função social, ocupacional ou educacional do paciente. A causa mais comum desse declínio é o tempo dispendido na obsessão do ‘defeito imaginário’.

Shamloul (2005) estudou 92 pacientes com queixa de pênis pequeno. Todos os homens tinham seus pênis com tamanho normal. Dos 92 pacientes, 66 (71,7%) se queixavam de pênis curto apenas em flacidez e 26 (28,3%) tinham esta queixa tanto com o pênis em flacidez quanto em ereção. Nenhum deles tinha disfunção erétil. Nenhum deles tinha pênis curto. Quase todos os pacientes superestimaram a medida do tamanho normal. Em seu estudo, Spyropoulosa et al. (2005) encontraram que todos os 28 homens que se apresentaram com queixa de pênis pequeno sofriam de dismorfofobia peniana.” (2)

“O que devemos fazer para tentar dissuadir os pacientes da ideia de tentar algum procedimento cirúrgico para aumentar o pênis?

Simplesmente orientar e explicar quais são as reais dimensões, pode não ser suficiente. Muitas vezes, um acompanhamento psicológico também não é capaz de mudar a ideia do indivíduo. Talvez devessemos lançar mão de tabelas e normogramas que estão publicados na literatura científica.

Muitos homens não consultam suas parceiras sexuais quanto ao tamanho do pênis ou necessidade de uma cirurgia de aumento. Os sentimentos de inadequação peniana ou baixa auto-estima devem ser tratados por um psicoterapeuta e não em uma sala cirúrgica. Esses pacientes normalmente, do ponto de vista psicológico, são inseguros e buscam esses procedimentos mais por insegurança do que vaidade.

É imperativo que se faça uma avaliação crítica dos resultados das cirurgias cosméticas da genitália, uma vez que não existe nenhum trabalho na literatura demonstrando claramente uma satisfação pessoal dos pacientes com o procedimento e muito menos comprovação objetiva do aumento do pênis. Alter (1996) ressalta sempre a importância de comentar com o paciente a possibilidade de revisões cirúrgicas devido a cicatrizes e resultados ruins.

As cirurgias de aumento peniano podem apresentar até um efeito positivo no bem estar de alguns pacientes, no entanto, o grande problema é identificar quem seria adequado para tal procedimento.


Pacientes que definitivamente apresentam depressão ou doenças psicológicas não devem ser submetidos a qualquer cirurgia de aumento peniano pois o resultado pode ser um desastre.

Quando um paciente questiona sobre dimensões penianas, sabemos que não se trata apenas de um problema físico. Essas percepções distorcidas da aparência física merecem ser bem tratadas do ponto de vista psíquico, pois a auto-estima e humor desses indivíduos não se encontram dentro da normalidade. Provavelmente a maioria dos pacientes desse grupo continuará insatisfeita após um procedimento de alongamento peniano.

As técnicas cirúrgicas não estão padronizadas, os procedimentos devem ser considerados experimentais e só poderiam ser realizados em hospitais de ensino, conforme as normas de pesquisa envolvendo seres humanos, da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e resolução 1478/97 do Conselho Federal de Medicina.

Na minha opinião e prática clínica, tento sempre desencorajar todos os pacientes que buscam um procedimento de alongamento peniano, cirúrgico ou não, e ressalto sempre a imprecisão dos resultados descritos bem como os riscos dos efeitos colaterais desses procedimentos. Destaco que um resultado negativo pode ser catastrófico, levando a uma piora da auto-estima bem como sentimento de culpa pela má opção.” (3)

“Quem busca aumentar a largura encontra no caminho um arsenal muito mais variado de ciladas: lipoescultura e injeções de metacrilato e gel russo (feito à base de ácido hialurônico). Rolf Gemperli, professor de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), combate: ''O pênis não comporta plásticas como os seios. Devido à complexidade dos seus mecanismos, pode ter o funcionamento comprometido''. As substâncias injetadas podem provocar cistos, cicatrizes internas, necrose, redução da sensibilidade e comprometimento do desempenho e da estabilidade do pênis.

É verdade...

9 cm, 12 cm, 16 cm.... Todas essas medidas estão OK. A garantia é dos urologistas Luís Otávio Torres e Cláudio Telöken, que pesquisaram o assunto em Belo Horizonte e no Rio Grande do Sul. A maioria ficou nos 11 cm. '’Todos que estão dentro dessas medidas são normais’', assegura Telöken. O que há são variações, de acordo com a constituição física. Só que as diferenças não são significativas.” (4)


ALÉM DE SE PREOCUPAR COM O TAMANHO DE SEU PÊNIS, SERÁ QUE ALGUM HOMEM, ADOLESCENTE, JOVEM OU ADULTO, TAMBÉM SE PREOCUPA COM O TAMANHO DA VAGINA ONDE ELE VAI ENTRAR?


Fontes:
(1) - Sidney Glina. Operações para aumentar o pênis: o que é verdade e o que é possível.http://www.instituto-h-ellis.com.br/pacaembu/artigos_medicos/artigos.asp

(2) Hussein Ghanem e Amr Abd El Raheem. É recomendado o aumento do pênis para homens com o tamanho normal? Uma abordagem da síndrome dismórfica corporal. Arquivos H. Ellis, v2, n.4, p.13.
http://www.arquivoshellis.com.br/arquivos/02_040606/index.php

(3) Carlos Teodósio da Ros. Qual tamanho é normal, doutor? Arquivos H. Ellis, v1, n1, p.3.
http://www.arquivoshellis.com.br/arquivos/01_010704/index.php

(4) Visite o site dos Drs. Benedito Vieira e George Soares, membros titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
http://www.bgcirurgiaplastica.com.br/artigo_penis.htm

Mais alguns artigos sobre o assunto:

Vários especialistas. Qual é o tamanho normal, doutor? – Debate. Arquivos H. Ellis, v1, n2, p.6.
http://www.arquivoshellis.com.br/arquivos/01_021004/index.php

Alonso Acuña e Juan Carlos Villalba. Falometria e estudo antropológico do pênis. Arquivos H. Ellis, v1, n.3, p.18.
http://www.arquivoshellis.com.br/arquivos/01_030205/index.php

Pedro N. Gabrich, Juliana S. P. Vasconcelos, Ronaldo Damião, Eloísio A. da Silva. Avaliação das medidas do comprimento peniano de crianças e adolescentes. J. Pediatr (Rio J). 2007;83(5):441-6.
http://www.jped.com.br/conteudo/Ing_resumo.asp?varArtigo=1671&cod=&idSecao=4

N Mondaini, R Ponchietti, P Gontero, GH Muir, A Natali, E Caldarera, S Biscioni, M Rizzo. Penile length is normal in most men seeking penile lengthening procedures. Int J Impot Res. 2002 Aug;14(4):283-6.
http://www.nature.com/ijir/journal/v14/n4/abs/3900887a.html

Carlos Teodosio da Ros, Claudio Teloken, Paulo Roberto Sogari, Fabiano Ligorio da Silva, Mariano Barcelos Filho, Carlos Ary Vargas Souto. Estudo da dimensão peniana em ereção fármaco-induzida. J. bras. urol;19(3):130-2, jul.-set. 1993.
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&lang=p&nextAction=lnk&base=LILACS&exprSearch=%22J.%20bras.%20urol/1993,19%283%29%22&indexSearch=TA